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Um fio sobre A ESQUERDA:

1) Eu acho que devemos todos, inclusive os mais veteranos dentre nós, assistir os vídeos da @safbf . E nem acho que deve haver algum tipo de devoção nem nada, mas é porque é uma intelectual pensando sobre a crise da esquerda brasileira.
2) Tem mais gente nessa toada, verdade. Mas a medida que a Sabrina tem um canal de divulgação do seu trabalho intelectual, vale valorizar. Isso posto, a polêmica do Zé de Abreu apresenta outras notas que eu queria só comentar.
3) Primeiro e mais óbvio: não tem esquerda. Tem esquerdas. São plurais mesmo. Sempre foram. E acho apavorante essas vozes que falam: "ai, a esquerda não se une". Sabe por que? Porque elas retomam a ideia de uma união baseada na coerção.
4) O efeito mais prático disso é que se você exibe qualquer tipo de disenso, rapidamente você é visto como alguém que faz O JOGO DA DIREITA™. E aí você é empurrado para o isolamento político porque ousou criticar abertamente uma postura, uma prática, um pensamento...
5) "Ah, mas tem críticas e críticas". Sim, concordo, eu também acho complicado quem critica "A ESQUERDA", que transforma em bloco monolítico uma determinada prática, como se ela atrevessasse todas as organizações. No final das contas, essas críticas compõem uma falsa unidade.
6) No centro da porra toda, acho que temos dois desafios no vasto campo das esquerdas: primeiro, a gente tem que ter algum tipo de unidade, ok, mas qual tipo? De ação? De consciência? Como se constrói a unidade? Acusando os outros de não adotarem nossas práticas ou ideias.
7) Segundo, a gente tem, sim, que focar em pluralidade. "Ah, mas pluralidade leva à fragmentação". Sim. E é bom que haja essa fragmentação em certos momentos, oxigena movimentos e partidos, os obriga a lidar com o contraditório e a partir daí elaborar novas sínteses.
8) A ideia de uma esquerda única e estanque é contraproducente. É um problema do nosso formato. Não estamos pensando sobre a unidade que queremos e estamos condenando justamente aquilo que faz com que a esquerda cresça hoje globalmente que é justamente o seu apelo à pluralidade.
9) Mas se vocês acham que eu tô louqueando, voltem ao Marx. 18 de Brumário de Luís Bonaparte. Tá lá: "as revoluções proletárias como as do século XIX encontram-se em constante autocrítica, interrompem continuamente a sua própria marcha..."
10) Pluralidade significa entender que precisamos, no campo da esquerda, fazer a constante autocrítica. Claro, as formas e os métodos importam; mas se não for para pensar na dialética pluralidade/unidade, não vejo nenhuma forma de resolvermos nossos impasses.
11) (BÔNUS TRACK) Não foi por falta de unidade da esquerda que fomos derrotados eleitoralmente.

FICA
A
DICA.
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