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Nova THREAD sobre técnicos sul-americanos e outros para clubes brasileiros. Porque clubes Grandes precisam fazer apostas grandes. E porque a mediocridade no futebol brasileiro precisa acabar. Vamos aos nomes.
Sebastián Beccacece. Um dos melhores montadores de equipes da América Latina. Altamente capaz de desenvolver até mesmo os jogadores mais limitados. Exemplos ao longo de sua ainda curta carreira não faltam. Levou o modesto Defensa y Justicia ao vice-campeonato na Argentina.
Beccacece é um dos técnicos mais irrequietos do futebol mundial; no banco, nunca para. E o mais importante: exige que este comportamento seja o de seus jogadores em campo. Não negocia com a mediocridade, com a modorra e com jogadores que cavam buracos no campo para se esconder.
Matías Almeyda. Muito mais do que um treinador, alguém com olhar panorâmico para o clube que defende – agora, o San José Earthquakes, da MLS. Suporta toda a pressão que recebe e se transforma num escudo para seus atletas, deixando-os prontos para jogar com ofensividade e coragem.
Gestor de grupos e capaz de desenvolver bom trabalho mesmo com elencos limitados. Suas equipes têm o DNA ofensivo, mas também o equilíbrio necessário para suportar pressão e até compactar todas as linhas, na defesa, em busca do bom resultado. Do tipo que jogador não contesta.
Quique Setién. Sim! Por que não sair da "caixinha". Seu Bétis foi capaz de dar um show de futebol até no Barcelona. Suja equipe, em campo, não nos faz esquecer que há um técnico grande, no banco. Dificílimo que venha para cá, mas o que custaria uma tentativa?
Eduardo Berizzo. Do tipo que mexe com a estrutura de um clube por contagiar a necessidade de mudança. De tendência bielsista, vem se notabilizando por trabalhar muito bem o emocional de seus jogadores, sobretudo dos jovens, que com sua orientação só tendem a crescer.
Berizzo venceu um câncer, golpeou crises, superou problemas profundos em sua vida particular. Problemas de um clube grande são um mero "café-pequeno" diante da capacidade de Berizzo em lidar com eles. E tudo sem gritaria. Perfil para resgatar ou ampliar a gradeza de um clube.
Berizzo não tem receio de encarar um clube imerso em confusão, desajustes e problemas. "El Toto" não tem medo de nada. Com ele, jogadores se escalam nos treinos e na dedicação nas jogos anteriores. Comprometimento, intensidade e jogo protagonista são inegociáveis em sua proposta.
Ricardo Gareca. Técnico que já protagonizou dois grandes milagres: o maior vencedor da história do Vélez Sarsfield e o responsável por devolver a alegria ao povo e ao futebol peruano. Daqueles que tiram leite de pedra. A consistência de seus últimos trabalhos depõe em seu favor.
Rafael Dudamel. Um dos arquitetos do processo de vitalização do futebol venezuelano, que nos últimos anos alcançou resultados (especialmente nas categorias de base) nunca antes vistos. Inclusive já rejeitou propostas internacionais para seguir fazendo esse trabalho em seu país.
Dudamel é um técnico perfeito para a integração da base com a equipe profissional. Sabe trabalhar a cabeça dos jovens, mas também as suas limitações técnicas. Perito em armas esquemas diferentes para cada situação. Hoje, já admite deixar a Venezuela.
Gabriel Heinze. Já desponta como um dos mais promissores técnicos da América do Sul. Seu início é fulminante não tanto pelos resultados, mas pela qualidade do jogo de suas equipes. O "Gringo" não desenvolve só o potencial técnico de seus jogadores, mas também a inteligência.
Daniel Garnero entra para o rol das grandes DT's sul-americanos em função de seu amadurecimento, dos resultados impressionantes do seu Olímpia da personalidade que marca seu comando e pela habilidade de modificar partidas com substituições ou mudanças táticas, durante os 90 min.
Posse de bola e troca de passes são marcas privilegiadas da proposta de Garnero. Porém, três outros pontos chamam ainda mais a atenção de todos. O equilíbrio entre as linhas, o comprometimento de todos com a marcação e o alto número de gols de suas equipes.
Qndo o jogador não entende a proposta de Garnero, ele o chama para mostrá-la cuidadosamente; nuca desiste até se convencer que o jogador entendeu. Mas se após entendê-la, o jogador não se compromete com a proposta, vai para o banco. Pode ser um garoto, um veterano ou um "famosão"
Antonio Mohamed. Técnico linha dura, de forte personalidade e que não permite ingerências de jogadores ou dirigentes no seu comando. Posse de bola não é essencial, mas a pressão para recuperá-la, sim. Estilo de jogo está relacionado às características e limitações de seu elenco.
Diego Cocca. As suas equipes possuem um jogo bonito, eficiente e muito organizado. A bola rola pelo chão, com aproximação de jogadores para facilitar a posse e o avanço ordenado rumo ao campo de ataque. Administra bem os seus próprios erros e tira lições de cada um deles.
Pedro Caixinha. Suas equipes propõem o jogo sem reconhecer mando de campo, com posse de bola e alta verticalidade. A ideia é pressionar no campo rival e buscar a vitória a qualquer custo. Intensidade do time é uma obrigação; ausência dela em algum jogador, imperdoável.
Para o técnico português, posse de bola é objetivo primário, mas o jogo da equipe é vertical, com pontas abertos e forte pressão sobre o portador da redonda. Linhas ordenadas e alto aproveitamento nas finalizações. Perdeu a bola, jogadores têm poucos segundos para recuperá-la.
Preparador físico é quase um auxiliar, e muitas vezes se faz decisivo para a escalação de um ou outro jogador. Desta forma, Pedro Caixinha empodera toda a sua comissão técnica; o que também o fortalece diante da indisciplina de jogadores desavisados.
Elenco trabalha no mínimo 8 horas por dia e quem reclama perde a vez. Ao menos no clube, alimentação de cada atleta está diretamente atrelada ao desenvolvimento de sua melhor forma física; até isto, com ajuda de tecnologia e de assessores, Caixinha costuma acompanhar.
Repertório absurdo de treinos, e todos voltados ao fortalecimento da ideia de jogo. É mto raro a repetição de um exercício e todos eles, desde o 1º dia de pré-temporada, são feitos utilizando a bola, trabalhando o passe e a busca do melhor posicionamento de cada jogador em campo
Nicolás Larcamón. Este, sim, pode ser chamado de professor. Seu objetivo é desenvolver ao máximo a inteligência futebolística de seus jogadores. Superioridade numérica é outra de suas obsessões. Trocas de passes e inversões de jogo são comuns.
São inúmeros os técnicos que priorizam a base tbém por disposição e não por obrigação. Mas muitas vezes isto tbém precisa ser uma filosofia do clube. Porém, mesmo quando não é, alguns técnicos se destacam. Lacamón é um deles.
Roberto De Zerbi. Outro europeu. Por que não? Apesar de todas as limitações de seu elenco, deixa boas impressões com o Sassuolo. Sobram ofensividade, posse de bola e busca pelo protagonismo. Ainda faltam mais efetividade e consistência nas suas tentativas.
Frank Kudelka. DT que valoriza o ataque. Joga com dois pontas abertos para gerar profundidade e permitir infiltrações pelo centro. Seus meias precisam de habilidade e boa leitura de jogo; seu camisa 5 tende a ser o termômetro. Contundência e intensidade são as suas marcas.
Kudelka é um apreciador do jogo propositivo. E para materializá-lo varia poucos seus esquemas de maneira que seus jogadores os compreendam com maior profundidade. Técnico antenado com o que há de mais moderno no futebol.
Anthony Hudson. Técnico do Colorado Rapids é de tendência bielsista e não abre mão dos bons resultados. Pressão alta sobre a saída dos rivais. Mestre em preparar equipes para todos os tipos de bola parada e também para o contra-ataque. Estudioso e apaixonado pelo futebol.
Juan Pablo Vojvoda. O técnico do Talleres é do tipo que exige o comprometimento total dos atletas ao seu esquema. Seus atacantes de lado têm a obrigação de fazer todo o corredor, marcando e atacando. A posse de bola é dinâmica, o jogo é ofensivo e a busca pelo gol, incansável.
Porém, as equipes de Vojvoda tendem a se adaptar ao jogo de alguns de seus adversários para levar a melhor. Se necessário, elas jogam com suas linhas próximas e recuadas. Seus estudos sobre os rivais passam muito pela construção de armadilhas que anulem suas formas de jogar.
Martín Palermo. Enquanto esteve no Chile, era tido como sensação. Suas equipes parecem jogar por música e seus jogadores executam o plano traçado com facilidade. Isto porque o ex-matador do Boca se destaca por lhes traduzir ideias profundas com palavras simples e compreensíveis.
A evolução de Palermo como técnico é assustadora. E se isto ainda não se traduz em resultados, já se traduz no equilíbrio de suas equipes. Gosta de ter a bola, mas de forma construtiva. Mesmo sendo um DT com idéias ofensivas, suas equipes tomam poucos gols.
Fernando Jubero. Técnico preocupado com os ajustes perfeitos de todos os setores de sua equipe. Seus jogadores são orientados a não reconhecer mando nem camisa de qualquer rival. A busca constante pela vitória é uma postura inegociável.
Para Jubero, controle não passa só pela posse de bola. Ele a aprecia, mas sabe que para controlar um rival, por vzs há de permitir que ele fique com a bola. Controlar o jogo é sobretudo, para Jubero, detectar, durante o jogo, os pontos frágeis do rival e atacá-los incessantemente
Gabriel Milito. Sua passagem pelo Barça o faz aplicar às equipes que dirige as mesmas ideias futebolísticas. A troca de passes é eficiente e acelera ou desacelera o jogo de acordo com a necessidade. Assim como Sampaoli, seria outra grande novidade no futebol brasileiro.
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