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Defender a Lava Jato e criticar seus excessos é uma frase vazia equivalente a dizer que "é contra a corrupção". Todo mundo é. O que é preciso deixar claro é que a LJ, para o bem ou para mal, foi gestada e conduzida com excessos. Sem eles, ela não seria o que foi.
Um dos trechos mais importantes da sabatina do Aras foi ter dito que fariam o mesmo que o Deltan fez, mas com menos holofotes. Isso quer dizer, na prática, que a LJ, como uma "instituição", não é necessária e que o MPF pode atuar como sempre fez.
É um ponto de inflexão importante. Por vários anos, a LJ era vista como uma instituição inquestionável e extremamente abrangente -- qualquer operação policial envolvendo corrupção ou era fase ou era desdobramento da LJ.
Agora, ela se tornou um incômodo para todo mundo. Para o Presidente, para a PGR, para o STF, se duvidar até para os setores econômicos (que querem avançar a pauta de reformas econômicas sem desviar atenção para questões envolvendo a LJ).
A força da LJ vinha justamente da defesa dos seus excessos e de como ela conseguia avançar suas decisões e interpretações da lei e do direito pela força do apoio gigantesco que possuía. Agora, só restou a defesa genérica do "combate à corrupção".
