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Mundial! Antes de enfrentar o Liverpool, o Flamengo teve que encarar o time saudita do Al-Hilal.

Para manter a emoção, a vitória veio de virada, com um primeiro ruim e um segundo tempo excelente.

Vamos destrinchar mais esse jogo…
Conversamos por aqui antes do jogo: o Al-Hilal não é ruim como muita gente por aqui pensa, mostrou qualidades contra o Espérance e ainda tem um “fator surpresa”, podendo escalar todos os estrangeiros juntos no Mundial.

De fato, o time saudita veio com uma escalação bastante ousada. Colocou Cuellar, Carlos Eduardo, Carrillo, Giovinco e Gomis juntos, como era esperado, mas trouxe junto o ponta Al-Dawsari em vez de mais um volante.

Um 4-4-2 bastante ofensivo.
O Flamengo veio com sua escalação titular. Arrascaeta começou na frente, ao lado de Gabigol, mas inverteu com Bruno Henrique antes da metade do primeiro tempo.
O melhor momento do Al-Hilal contra o Espérance foi quando o time saudita subiu as linhas de marcação e pressionou a saída de bola do adversário ().

Quando passou a fazer isso, no segundo tempo, mandou no jogo.
A grande dúvida era: seria possível fazer o mesmo contra o Flamengo, uma equipe bem melhor?

O treinador romeno, Răzvan Lucescu, apostou que sim e começou o jogo mordendo o Flamengo, incomodando a saída de bola e colocando muita intensidade.
Os primeiros minutos foram equilibrados, mas duas coisas pesavam na balança a favor do Al-Hilal.

Primeiro, uma série de erros técnicos e de tomada de decisão por parte dos jogadores rubro-negros, que parecem ter começado o jogo com a adrenalina baixa.

Segundo, a vantagem dos atacantes do Al-Hilal na bola aérea, especialmente Carrillo em cima de Filipe Luís, o que matava a marcação do Fla. Afinal, se o time saía para pressionar, os sauditas bicavam para frente e ficavam com a bola, avançando em campo.

Com isso, o time saudita foi se impondo aos pouquinhos, começou a ficar com a bola, ganhar confiança, entrar na área rubro-negra e abriu o placar numa falha coletiva de posicionamento da defesa.
O Flamengo estava atordoado, mas o Al-Hilal baixou a marcação depois do gol. Abdicou da pressão alta e acabou dando tempo para o Fla respirar, colocar a bola no chão e voltar para o jogo aos pouquinhos.

Mais um adversário que enfia a faca, mas não roda.
Com o Al-Hilal fechadinho em duas linhas de 4, o jogo ficou parecido com aquele Flamengo x Corinthians no Maracanã ()

O adversário fechava o meio e o Fla só conseguia jogar por fora.
O Flamengo escolhia um lado para sair, mas o lateral do Al-Hilal por aquele lado saía da linha defensiva para colar em Everton ou Arrascaeta antes que a bola chegasse. Com isso, o Flamengo abusava do passe-falso ()
Não era só o lateral daquele lado que fechava. O time inteiro do Al-Hilal espremia o Flamengo contra a linha de lado. Em vários momentos era possível ver os 11 jogadores ocupando apenas uma metade do campo.
A bola chegava na ponta, voltava para o lateral, dali paras os zagueiros, para o outro lateral e enfim um novo passe-falso para o outro ponta.

O Flamengo tinha mais fosse, mas essa circulação em U fazia com que o adversário tivesse tempo de balançar a marcação para o outro lado.
Como o Fla não tem a característica de fazer muitas viradas de jogo de um lado para o outro, a solução era encontrar uma nova rota para que a bola pudesse mudar de lado. A jogada precisava passar pelo meio…
Veja a quantidade de vezes que o Flamengo poderia forçar o jogo por dentro, mas preferiu jogar por fora. Gerson estava ali, pedindo, dando opção, nem sempre desmarcado, mas o time preferia não arriscar.

Com isso, Gerson foi o jogador que menos recebeu passes e menos teve a bola no time do Flamengo enquanto esteve em campo.

O camisa 8 simplesmente não participou da circulação. Além de tocar pouco na bola, quase todos os passes que recebeu foram passes de retorno.
Quando a defesa resolveu sair por dentro, acionando Gerson, saiu o gol. A participação dele nem é genial, mas atrai a atenção de Giovinco e Al-Dawsari, e o passe para Rafinha fica aberto - como não estava alguns segundos antes.

Com o passar do jogo, o nível de concentração foi aumentando. A adrenalina foi subindo e os erros diminuíram. O Flamengo já era melhor e até criava chances no fim do primeiro tempo, mas no segundo tempo mandou completamente no jogo.
A entrada de Diego sinalizou que o time forçar mais o jogo por dentro. Assim como fez contra o Corinthians, o Flamengo finalmente decidia jogar por dentro da Zona de Guerra do adversário

Ao mesmo tempo, o Fla adiantava suas linhas e forçava o Al-Hilal ao chutão. Rodrigo Caio, Marí e Arão ganhavam as disputas pelo alto e o jogo ficou com a cara desse time.

Lucescu ainda trocou Giovinco por Khribin para disputar essa bola com os zagueiros, mas não deu em nada.
O Fla passou a engolir o adversário e…

A partir daí, era só celebrar. O Flamengo tinha domínio total e ainda fez o terceiro gol num “lance de pura sorte”, segundo alguns…



Confesso que não vi a coletiva de Lucescu, mas, se ele deve ter dito que o time dele esteve irreconhecível no segundo tempo.

Mais um adversário que começa bem, vai sendo envolvido e ainda cansa no final. Muita coincidência.

A famosa sorte de JJ ataca mais uma vez.
O Flamengo ainda é um time que oscila. Vai se construindo dentro do jogo e passa por momentos ruins. Contra o Al-Hilal, teve 15 minutos muito ruins e tomou um gol. Contra o Liverpool, não se pode dar esse mole. O time inglês é mortal.

Mas sábado, meus amigos, é dia de desfrutar!
PS: estou lançando meu primeiro livro - Outro patamar: análises sobre o Flamengo de 2019 e as lições para o futebol brasileiro.

Estamos com uma campanha de crowdfunding que funciona basicamente como uma pré-venda com recompensas incríveis.

Chega junto!

benfeitoria.com/outropatamar
* mas ele deve ter dito que ...
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