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➡ Defensor da Lava Jato, Alvaro Dias é poupado em investigações

Entenda na thread como o senador foi citado como beneficiário de propinas pagas em dois episódios, mas nunca foi oficialmente investigado pela força-tarefa. 👇

📷 Bruno Santos/ Folhapress
CPI da Petrobras

O primeiro caso investigado pela Lava Jato em que o nome de Alvaro Dias aparece é o da CPI da Petrobras. Instaurada em 2009, ela tinha como objetivo verificar suspeitas de corrupção na estatal. Essas suspeitas, anos mais tarde, foram apuradas na Lava Jato.
Investigações apontaram que uma reunião entre os ex-executivos da Queiroz Galvão e da Galvão Engenharia com o então senador Sérgio Guerra (PSDB) e o deputado Eduardo da Fonte (PP) tratou de propina para a obstrução da CPI. Fernando Soares também participou da conversa.
A reunião foi gravada. Guerra combinou R$ 10 mi para que seu partido não aprofundassem as investigações. Alvaro Dias era filiado ao PSDB.

🗣 "Nossa gente vai fazer uma discussão genérica, não vamos polemizar as coisas", disse Guerra.
🗣 "Não vai ter isso, não vai. Alvaro?"
Em agosto de 2017, quando a Lava Jato já investigava o encontro, Fernando Soares foi chamado para prestar depoimento. A Sergio Moro, ele explicou que havia por parte dos executivos uma preocupação quanto à atuação de Alvaro Dias na CPI.

📷Geraldo Bubniak/Estadão
Alvaro Dias prestou depoimento em 2017 para falar do caso. O senador foi questionado pelo advogado de defesa se havia recebido vantagem ilícita para direcionar sua conduta na CPI.

🗣 "Ninguém ousaria porque, se o fizesse, eu chamaria a polícia e mandaria prender", disse.
Moro não perguntou o senador se ele havia recebido parte da propina.

Eduardo da Fonte foi investigado pelo caso num inquérito que tramitou no STF por ter direito a foro privilegiado. A investigação foi arquivada. Guerra já havia morrido. Alvaro Dias também não foi investigado.
Procurado pelo UOL, Alvaro Dias negou seu envolvimento em esquemas de propinas e disse que citações de seu nome não passam de boatos.

O senador disse nunca ter sido investigado justamente porque nunca houve fatos que justificassem a abertura de inquéritos sobre sua conduta.
"Alicate"

Uma suspeita semelhante, desta vez envolvendo a CPMI do Cachoeira, também envolve Dias. 👇
Emails fornecidos à Polícia Federal pelo ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran apontam que o parlamentar teria recebido R$ 5 milhões para "aliviar" seus questionamentos a investigados na CPI.
Em 2017, Duran prestou informações à PF de forma voluntária e contou que recebeu, em 2015, um email do diretor do Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, o nome oficial do departamento de propinas da empresa.

📷 Jaime Casal/El Pais
"O email tinha como assunto CPMI-CACHOEIRA. Nele fala que a empreiteira Andrade Gutierrez pagou R$ 30 milhões para 'cortar' o assunto, ou seja, parar as investigações da CMPI.", afirmou Duran
🗣 Duran: "Samir Assad [um dos operadores que atuavam na transferência de propinas] explicou que esses recursos eram insuficientes e que seriam necessários mais recursos, porque o senador Alvaro Dias solicitara mais R$ 5 milhões"
"Ainda foi encaminhado, neste mesmo email, arquivo em formato Excel com planilha de controle com o codinome ALICATE (apelido comum aos que têm pernas arqueadas), que Samir Assad identifica como sendo o senador Alvaro Dias", disse Tacla Duran.

📷 Nelson Almeida/AFP
Em janeiro de 2018, o inquérito sobre o caso foi transferido para São Paulo. De lá, segundo a PGR, foi transferido o Paraná.

Tacla Duran chegou a reclamar do sumiço do inquérito numa audiência na Câmara.

A PF respondeu aos deputados informando que o "inquérito nunca sumiu".
Enquanto esteve em São Paulo, ele tramitou normalmente e foi acessado livremente pela defesa dos investigados.

No mesmo documento, a PF informou: "O sr. Alvaro Dias não foi investigado neste inquérito policial"
O MPF do Paraná, que assumiu a investigação enviada por São Paulo, não divulgou nenhuma informação sobre o que ele chamou de "suposto inquérito". Não consta no sistema do STF nenhuma investigação sobre Alvaro Dias ligada ao caso.

📷 duardo Anizelli/ Folhapress
Alvaro Dias ressaltou em entrevista ao UOL que não é investigado na Lava Jato pois não é suspeito de cometer nenhum ilícito. Ele disse que as suspeitas relacionadas à CPI da Petrobras e à CPMI do Cachoeira são boatos usados por adversários para tentar comprometer o político.
🗣 "Considero essas afirmações contra mim uma revanche, uma tentativa de me desmoralizar, porque eu sempre lutei contra a corrupção", afirmou o senador.
Leia a reportagem completa 👇 uol.page.link/5UVi6
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