DEMOCRACIA EM VERTIGEM
Assisti o documentário de Petra Costa (2019), "Democracia em Vertigem". Não é bem um documentário, mas uma obra de ficção. Siga o fio.
Assisti o documentário de Petra Costa (2019), "Democracia em Vertigem". Não é bem um documentário, mas uma obra de ficção. Siga o fio.
1 - Um filme de esquerda, com uma visão marxista, neopopulista, com conceitos vetustos e impotentes do ponto de vista analítico para apreender e interpretar o que se passou no processo de impeachment de Dilma.
2 - Um filme que adere à fácil (e falsa) narrativa do golpe das elites contra o líder operário e seu partido sindical. Sinceramente... muito ruim!
3 - O que mais chamou a atenção, entretanto, foi o analfabetismo democrático de Petra, que apenas revela que os meios onde ela foi criada - conheço bem sua mãe, Marília e, mais ainda, seu tio, Flávio, militantes petistas - não conseguiram, até hoje, captar o genos da democracia.
4 - Por isso, até o nome do filme está errado: a vertigem é outra, é a vertigem associada à perplexidade e à falta de compreensão do mundo contemporâneo.
5 - O filme reflete a falência de uma cultura política de militantes que não aprenderam nada e não esqueceram nada.
6 - E é por isso que - como se depreende da narrativa central do filme - na cabeça vazia dessa militância o inimigo principal continua sendo o centro político democrático (suposto agente das elites contra o povo)...
7 - ... e não o perigosíssimo populismo-autoritário e i-liberal da extrema-direita bolsonarista, ora em ascensão no mundo e no Brasil. Lamentável.
8 - Explica por que o PT não poderá constituir nem uma oposição eficaz, nem uma resistência verdadeiramente democrática ao avanço de ideias e práticas autoritárias na sociedade brasileira.
9 - Este texto foi publicado originalmente em 23 de junho de 2019. Confira: facebook.com/groups/dagobah…
