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A quem interessar possa, vou resumir os bastidores e o processo de apuração dessa reportagem. Isso é importante principalmente por causa do zelo que o @TheInterceptBr tem com a transparência.

theintercept.com/2019/09/29/jui…
Desde que eu ainda trabalhava com jornalismo local, sempre ouvia falar sobre magistrados que negociam decisões. E isso me era relatado por servidores ou advogados como algo muito corriqueiro. Não um ou outro, mas sim muitos juízes e desembargadores faziam isso.
Por isso eu resolvi investigar 140 processos instaurados pelo CNJ contra magistrados desde a sua criação, em 2005. Queria descobrir qual a média de preço cobrado nesse mercado sujo de sentenças, mas a verdade é que existe uma diferença tão grande que não há como mensurar.
As decisões judiciais podem custar uma merreca, uma fortuna ou apenas um favor. Às vezes nem custa nada, basta só ter uma amizade sincera com o magistrado certo. É venal demais e acontece em todos os estados, seja através dos TJs ou dos tribunais federais.
Para conseguir as informações sobre os processos do @CNJ_oficial, recorri à Lei de Acesso à Informação, mas obviamente que as respostas não vieram facilmente. Pedi a relação de casos investigados por "venda de sentenças", mas eles me disseram que desconheciam esse termo. A vá!
Então eu recorri com o link de uma matéria do próprio site do CNJ, em que eles usavam essa mesma expressão. Ou seja, sabiam exatamente do que eu estava falando. Sem ter para onde correr, mandaram os dados mas não facilitaram as coisas.
Os casos de venda de sentença vieram misturados com outras investigações irrelevantes para a minha apuração, tipo desembargador que desrespeitou advogado. Isso me deu mais trabalho para entender, catalogar, separar, conseguir o que eu precisava e concluir que era só o começo.
A reportagem que está publicada é só uma amostra de algo muito maior. Optei por usar os dados do CNJ porque essa é a instância administrativa superior e que reúne dados nacionais, mas existem casos espalhados (ou engavetados) pelas corregedorias dos tribunais que nem chegam lá.
Fica aqui um pedido meu para os profissionais que trabalham com jornalismo local: olhem para os tribunais do seu estado e exponham o que acontece nele. As pessoas precisam saber quem está julgando suas causas. E, por favor, me mandem o link. Eu quero muito continuar acompanhando.
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