Idéia de teto ou meta de gasto foi proposta pelo governo Dilma, em 2016, só que:
Via projeto de lei
Com prazo de 4 anos
Possibilidade de crescimento real do gasto
E cláusula de escape em caso de recessão.
Mas aí ...
Assim Temer mudou a proposta para
PEC em vez de PL
Congelamento real do gasto por até 20 anos em vez de metas em % do PIB por 4 anos
Flexibilização fiscal de 2016 foi correta e ajudou a estabilizar a economia no início de 2017.
Mas ...
Apesar disso, o aumento temporário da inflação no 1o semestre de 2018 criou espaço extra para aumentar despesas.
Assim, nesse ano o problema é a meta de resultado primário.
Como há duas metas fiscais, resultado primário e teto de gasto, prevalece a mais estrita.
Já para 2020 o teto de gasto será a principal restrição
Em suma, no 1o ano em que seria restrição efetiva, o teto se mostra inviável.
Há várias alternativas possíveis, umas com mais investimento, outras com mais $ para saúde e educação.
Mas o debate está truncado.
Para não discutir o tema, dizem que a escolha é entre manter o teto de Temer ou revogar qualquer limite de despesa.
E assim aterrorizam o público.
Passados 3 anos de crescimento de 1% e sem perspectiva de melhora, agora o argumento do dreadteam mudou.
Possível? Sim. Provável? Não, se houver outra regra fiscal mais adequada ao Brasil.
E nesse processo podemos mudar definitivamente para meta de gasto, em vez de meta de resultado, bem como corrigir o problema da regra de ouro.
Já falei bastante sobre isso no blog do @FGVIBRE ...
Meta de gasto
Com prazo de 4 anos
Cláusula de ajuste automático de despesa em caso de deficit excessivo (modelo europeu)
Cláusula de escape em caso de recessão
Meta específica para investimento
E também para educação, saúde e segurança ...
Mas dado que o dreadteam Temer cometeu o erro de colocar o teto na CF, a mudança requer nova PEC.
Assim sugiro PEC+PL, seguindo os tucanos, que fixaram regra fiscal em lei (a LRF), não na CF.
Isso é simplesmente flexibilizar o teto (correto) sem admitir.
Reclassificar gasto da educação como transferência para Estados e Municípios
Fazer o mesmo com o adicional de 10% do FGTS
E com o "gasto" da desoneração da folha.
Tudo isso é legal, mas ...
Mas não sou do quanto pior melhor nem acho correto criminalizar a política fiscal, seja do PT, do PSDB ou até de Bolsonaro.
Melhor focar no problema real.
E podemos aproveitar a oportunidade para corrigir outras distorções, garantindo recursos previsíveis para investimento, saúde, educacional, etc.
Não fazem autocrítica, apesar de sempre cobrarem autocrítica do outro lado.
FIM